Desde o lançamento do ChatGPT no final de novembro do ano passado, muitos conteúdos têm sido divulgados trazendo reflexões sobre o avanço da inteligência artificial (IA) e seu impacto em nossa vida. Há opiniões que variam desde os mais alarmistas, que consideram a IA como uma ameaça ao trabalho humano, até os mais céticos, que questionam a capacidade dos programas de agir em nosso lugar.
O ChatGPT, um chatbot desenvolvido pela OpenAI, utiliza IA para promover diálogos incrivelmente humanizados e foi baixado por mais de cinco milhões de usuários em sua primeira semana. Apesar de inovadora, a IA ainda está longe de substituir a singularidade do trabalho humano.
A Microsoft, uma das grandes investidoras da OpenAI, investiu cerca de US$ 1 bilhão na startup nos últimos quatro anos.
Acredito que estamos vivendo o surgimento de diversas tecnologias disruptivas que vieram para ficar, mas ainda estão longe de substituir a singularidade do intelecto humano. As novas plataformas podem contribuir muito para o nosso cotidiano, desde que sua usabilidade seja aplicada de forma estratégica e bem pensada. Por enquanto, apenas nós, humanos, podemos fazer isso de forma verdadeiramente eficiente.
Aprimoramento de linhas de código
Estamos avançando em outra área de aplicação que é igualmente importante: a utilização da IA para aprimorar linhas de código. Com o uso da tecnologia, podemos identificar problemas em códigos complexos de forma muito mais rápida e eficiente. Muitas vezes, é assim que encontramos melhorias para desenvolver produtos digitais mais eficazes.
No entanto, é importante destacar que tudo está interligado com a capacidade humana de criar comandos eficazes e utilizar as respostas geradas pela IA de forma eficiente. É essencial entender que as "respostas eficientes" não significam soluções prontas. A IA pode nos fornecer insights valiosos para cortar caminhos e economizar tempo, mas ainda dependemos da capacidade humana para tomar decisões e resolver problemas de maneira eficaz.
Tomemos o exemplo do ChatGPT. À primeira vista, o robô pode ser assustador por sua capacidade humanizada de interagir. Em poucos segundos, podemos obter uma resposta para perguntas complexas de matemática ou até mesmo uma receita detalhada de bolo. No entanto, é importante notar que a tecnologia ainda apresenta falhas em muitas áreas, o que é natural para algo tão inovador que ainda está em desenvolvimento. Ainda que a IA seja aprimorada e suas interações se tornem ainda mais humanas, o comando por trás de cada resposta continuará sendo gerado pela mente humana. Este é um ponto crucial que devemos ter em mente.
Testando o ChatGPT
Antes de escrever este artigo, experimentei algumas vezes a plataforma (apesar de estar apresentando instabilidades devido ao grande número de novos usuários). A primeira coisa que percebi é que sua base de dados precisa de atualizações. Os dados estão atualizados até meados de 2021, o que significa que se você perguntar, por exemplo, "quem venceu as eleições em 2022 no Brasil?", ele não poderá responder.
Além disso, observei que se você fizer perguntas genéricas, obterá respostas genéricas. Portanto, não adianta pedir ao robô para "escrever um post para o Linkedin que seja capaz de viralizar". Se fizer isso, receberá uma resposta na tela, mas a publicação provavelmente não cumprirá seu objetivo ao ser copiada e colada na rede social.
Note que esses dois pontos observados (atualização da base de dados e aplicação adequada de comandos) exigem o indispensável olhar e pensamento exclusivos dos seres humanos. São pontos que evidenciam que o auxílio da IA em nossas vidas não tornará as coisas tão simples e automatizadas assim.
Vejamos mais um exemplo: o Dall-E, outra plataforma da Open AI - mesma desenvolvedora do ChatGPT -, é capaz de gerar imagens realistas a partir de comandos textuais. Quando foi lançada, em 2021, muitas questões foram levantadas sobre a capacidade da IA em substituir o trabalho de ilustradores, artistas, fotógrafos, entre outros. Nesse caso, também valem os argumentos trazidos anteriormente: o trabalho humano ainda continua sendo o alicerce indispensável.
Cabe ressaltar que a imagem que ilustra este artigo foi criada justamente a partir do comando "Ilustração sobre inteligência artificial" no Dall-E. No entanto, sua base criativa foi desenvolvida por mim, uma mente humana, com o objetivo de conectá-la ao tema abordado e alcançar a eficácia comunicativa. Aliás, a escolha estratégica de utilizar uma imagem gerada por IA em um artigo que trata do tema é algo que só pode partir da mente humana.
Por fim, o desenvolvimento das novas IAs contribuirá muito para nossa evolução. Serão cada vez mais ferramentas indispensáveis em nosso cotidiano, que nos darão excelentes atalhos para chegar ainda mais longe. Sem dúvida, os milhões de investimentos que estão sendo aplicados nos darão tecnologias cada vez mais aprimoradas. No entanto, embora a IA possa avançar muito mais do que possamos imaginar, a criatividade da mente humana é insubstituível.
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